Web Rádio Chiado de Chinelo

domingo, 24 de julho de 2011

Resenhas críticas em Inglês

Segundo Paula Takada, da revista Nova Escola, ao trabalhar com resenhas críticas em inglês, os alunos aprendem como apresentar informações e expor seus pontos de vista.
É sempre bom matar dois coelhos com uma cajadada só.
Segundo esta reportagem, os alunos aprendem tanto a técnica de escrever bem, ao ler suas próprias resenhas, observando os pontos de coesão e coerência com os quais o texto obteve sentido, quanto aprendem e desenvolvem o vocabulário inglês.






É na seção de cultura de jornais, revistas e sites que encontramos resenhas críticas, um gênero textual que nos ajuda a escolher que obras valem a pena ser consumidas. Umas mais elogiosas, outras mais ácidas, elas reúnem um resumo do material (mas não revelam o desfecho da história no caso de livros, filmes e peças teatrais), informações extras (como dados biográficos do autor) e opiniões de quem as escreve. 


Analisar e produzir esse tipo de texto em inglês ajuda a turma a explorar os tempos verbais simple present e simple past, o vocabulário descritivo e expressões opinativas, como I likeI dislikeI agree e I disagree. Por causa de todos esses requisitos e pelas características já descritas, as resenhas devem ser abordadas preferencialmente com turmas das séries finais do Ensino Fundamental, que dominam vários conteúdos do idioma e podem usá-los ao mesmo tempo. "Para escrever uma boa resenha, é preciso saber resumir, parafraseando o autor original, consultar vários textos e articular o que eles revelam, além de consolidar uma opinião e justificá-la", diz Vera Cristovão, pesquisadora na área de Linguística Aplicada e professora da Universidade Estadual de Londrina (UEL).   As mesmas competências são colocadas em jogo quando se estuda um texto publicado. Aliás, esse é o primeiro passo para inserir os estudantes no desafio de resenhar, como fez Maristela da Silva, professora do 8º ano do Colégio Estadual Nossa Senhora de Lourdes, em Londrina, a 379 quilômetros de Curitiba. Ela propôs que produzissem resenhas de filmes (movie reviews, em inglês), que seriam lidas pela comunidade escolar. Para que todos entrassem em contato com o gênero, apresentou modelos. Depois da leitura, organizou uma discussão sobre os elementos que os textos continham (como título, informações sobre a obra e momentos descritivo-narrativos) e do modo como estavam organizados, compondo a estrutura. A educadora também chamou a atenção para os mecanismos linguísticos que asseguram a coesão. Na hora de escrever as próprias resenhas, cada um teve de escolher um filme. "Esse processo envolveu etapas de planejamento, revisão e reescrita", explica Maristela. Assim, ela garantiu que todos produzissem resenhas de qualidade e cheias de personalidade. 

terça-feira, 5 de julho de 2011

Novas tecnologias exigem novos conteúdos

Para Ana Teresa Ralston, diretora da tecnologia de educação e formação de professores da Abril Educação, ao se trabalhar com soluções digitais é preciso entrar em sintonia com a linguagem do aluno, além de ser necessário também orientações pedagógicas que transformem o trabalho em algo significativo e não apenas se torne uma distração.

Nesse contexto, apresentamos mais um artigo sobre o uso das novas tecnologias na sala de aula, as quais podem ser eficazes quando há planejamento e formação do professor naquilo que será ministrado através de uma mídia. Não adianta mudar a plataforma de ensino para ensinar um conteúdo sem uma mudança na forma de abordagem. Essas mudanças podem ser significativas para o processo de aprendizagem dos alunos, uma vez que são novas plataformas que podem facilitar a explicação de um conteúdo, diferindo do método tradicional – lousa, professor, aluno.

Abaixo segue uma entrevista com Ana Teresa Ralston para a revista Veja sobre tecnologia na educação. Disponível em: < http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/novas-tecnologias-exigem-novos-conteudos >



O mercado editorial e as empresas de sistemas de ensino começam a se preparar para uma nova realidade: a do livro didático digital. Com dispositivos como laptops, e-books e iPads, um novo cenário se apresenta para a educação. E também novos desafios. “Novas tecnologias requerem novos conteúdos”, diz Ana Teresa Ralston, diretora da tecnologia de educação e formação de professores da Abril Educação - grupo que reúne editoras e sistemas de ensino e é controlado pela família Civita, que também é dona da editora Abril, que publica VEJA. Convidada a falar sobre o tema em um painel especial da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que se encerra neste domingo, a especialista, diz que ainda é preciso investir tempo e recursos para criar um livro didático 100% digital e multimídia. Confirma a seguir os principais trechos da entrevista.
O futuro do livro é incerto, mas o processo de digitalização já começou, com os e-books, iPads e outros dispositivos. Em relação às obras didáticas, o que é possível constatar?
É possível dizer que temos uma revolução escondida. Uma revolução que já começou, mas que escapa à nossa observação porque acontece no processo de produção do livro didático. Ao produzi-lo, já utilizamos todos os artefatos tecnológicos disponíveis. Porém, o que se analisa agora é quando isso estará presente na versão final do livro, ou seja, quando ele será completamente multimídia e virtual. Muitos estudiosos apontam que a educação levará mais tempo do que outras áreas para incorporar todas essas inovações.
Qual a razão dessa demora?
No meio educacional, as tecnologias demoraram mais a serem incorporadas, em virtude das mudanças que elas imprimem nos padrões, na formação dos educadores, na produção do material de apoio e na infraestrutura das escolas. Novas tecnologias requerem novos conteúdos, e, para isso, é preciso profissionais capacitados, preparados para produzir esse novos conteúdos. Além disso, o professor que irá usar essas ferramentas também precisa ser formado para a essa tarefa.
Então, o que ocorre nesse processo não é a simples digitalização do conteúdo impresso, mas, sim, a criação de novos conteúdos.  
É importante lembrar que, quando falamos desse processo, abordamos três elementos distintos: o livro didático impresso, o livro didático impresso digitalizado - e isso já fazemos - e o livro 100% virtual. Nesse último, o que ocorre não é a simples transferência do impresso para o digital. É uma outra comunicação, que acontece em outra mídias. E acho que esse é o grande desafio: a maneira como organizamos os conteúdos na mídia impressa é diferente da maneira como o fazemos na mídia digital.
Esse novo tipo de conteúdo, mais familiar aos alunos que já utilizam as tecnologias fora da sala de aula, pode alimentar o interesse dos estudantes pelo que se ensina nas escolas?
Quando trabalhamos com soluções digitais, procuramos entrar em sintonia com a linguagem do aluno. Mas essas soluções precisam ser utilizadas com orientação pedagógica para que sejam significativas. Caso contrário, viram só distração.
Como evitar que o livro didático digital seja uma armadilha? 
Eu costumo dizer que o meio digital evidencia uma aula mal dada. Às vezes, temos uma aula que não foi a ideal, mas não há registros dela. Já com a tecnologia digital tudo fica registrado. Então, é preciso usá-la para enfatizar boas práticas, para ilustrar situações que não seriam possíveis de outra forma. A tecnologia é um recurso poderoso, viável e possível e não deve ser usado como enfeite. Para isso, é importante pensar quais recursos são relevantes para esse novo ambiente. Caso contrário, retira-se essa relação afetiva que temos com o papel e com a leitura sem adicionar nenhum ganho.
Quais podem ser os ganhos da adoção da tecnologia na educação? 
São as possibilidades de interação, de animação, de ilustração, de relacionar os conteúdos e fazer pesquisas. Em disciplinas como química, física e biologia, por exemplo, é possível simular situações. O professor pode ainda trabalhar infográficos de tempos históricos e evoluções geológicas. Pode trabalhar com pesquisas imediatas dos assuntos que estão sendo trabalhados naquele momento. É possível estimular o aluno para a possibilidade de troca, de colaboração, de construção do conteúdo em conjunto. Esse tipo de habilidade e competência é uma demanda do mercado de trabalho. E se o aluno começar a vivenciar isso no mundo da escola, ele vai poder ter essa habilidade como algo natural no mundo do trabalho.
Quais as dificuldades envolvidas na criação de um livro didático multimídia? 
Precisamos conceber um produto diferente, não apenas digitalizar o que já existe. Além disso, precisamos viabilizar o acesso a todas as escolas brasileiras, nos mais remotos lugares. Aí, temos o desafio da entrega – e também da produção. Hoje, apenas começamos a trabalhar com alguns componentes agregados, ou seja, a pensar conteúdos de forma integrada.
As empresas de sistemas de ensino já estão se preparando para essa nova realidade?
Já. A digitalização de livros e apostilas já existe. O que começamos a fazer agora é desenvolver o material integrado: o meio impresso e o meio digital. O esforço é na produção de conteúdos virtuais, cada vez mais relevantes, integrados e efetivos. Ainda não pensamos em um produto 100% digital porque pensamos antes no material impresso, e depois partimos para o virtual. Acredito que pensar a totalidade do produto no ambiente virtual seja o nosso próximo passo.
Alguns especialistas pregam o fim do livro tal como nós o conhecemos, enquanto outros defendem que, apesar dos avanços tecnológicos, ele jamais deixará de existir. Quais são suas previsões? 
Acho que ainda é cedo para previsões. Contudo, é hora de pensar nas evoluções da integração das mídias e se preparar para elas. Particularmente, não acredito que teremos uma mídia só. Aposto em uma segmentação. Nós pensaremos sobre qual a melhor forma de transmitir cada conteúdo. Ainda temos gerações que possuem uma relação muito próxima com o livro e alguns conteúdos seguirão sendo consumidos na mídia impressa. O que talvez tenha mudado é que hoje avaliamos o conteúdo antes de consumi-lo. Então, baixamos um livro no Kindle, por exemplo, e, se gostamos da leitura, compramos a versão impressa.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Novas postagens em breve...

Galera, devido ao período de recesso e férias estamos descansando e sem postar no blog. Contudo aguardem que em breve estaremos de volta com mais informações sobre ensino.

sábado, 28 de maio de 2011

O twitter como ferramenta pedagógica

Mais uma vez as plataformas tecnológicas podem auxiliar no ensino-aprendizagem. Desta vez, pesquisadoras da Universidade Nacional de La Plata, na Argentina, mostram a partir de uma investigação, as possibilidades didáticas sobre o uso do Twitter como ferramenta pedagógica para trabalhar a produção de textos.

Abaixo segue a reportagem na íntegra:
Por Camila Monroe e Anderon Moço, da Revista Nova Escola. 


No artigo Culturas Escritas y Escuela: Viejas e Nuevas Diversidades, as pesquisadoras Natalia Zuazo e Mirta Castedo argumentam que o Twitter é uma ferramenta tecnológica que permite trabalhar com versões reduzidas de diferentes gêneros textuais, como notícias e contos, escritos em até 140 caracteres.
Na entrevista a seguir, as pesquisadoras falam sobre a produção de microcontos no site, comentam as intervenções do professor nesse processo e abordam a relação imediata entre autor e leitores, que caracteriza as publicações na rede social.

Em sua pesquisa, vocês tratam das possibilidades de interação entre o leitor e os autores na Internet. Isso também acontece no Twitter?
NATALIA ZUAZO Sim. No Twitter temos uma visão muito clara do autor. Ele escreve em primeira pessoa, vemos sua foto, o dia e a hora em que escreve. A ferramenta permite uma interação imediata, não editada, que vai construindo conjuntamente a história.

E como isso contribui com o trabalho em sala de aula?
MIRTA CASTEDO Depende do trabalho planejado. Se você propõe que a turma siga um autor, é relevante saber quem diz o quê, como ele está mudando ou mantendo o que diz. Se a proposta é seguir um tema, o foco será a argumentação. Se o trabalho é com uma seleção de tuítes literários, vale comparar os recursos da ferramenta com outros contos breves de autores consagrados. Talvez seja possível descobrir que alguém escreve como Monterroso [escritor guatemalteca, autor de "A ovelha negra e outras fábulas"] ou como em alguns contos breves de origem oriental.

É possível trabalhar os conteúdos de Língua Portuguesa utilizando o Twitter em escolas sem computadores ou acesso à Internet?
NATALIA Além da plataforma, que funciona como uma mistura de blog (porque publicamos textos cronologicamente, sempre com o mesmo autor) e de rede social (porque seguimos e somos seguidos pelos outros), faz parte da natureza do Twitter o imediatismo da publicação - escrevemos, publicamos e somos lidos, instantaneamente. Esse imediatismo condiciona a forma como os tuítes são concebidos. Por isso, não sei se faz muito sentido escrevê-los off-line e depois publicá-los quando tivermos acesso a um computador. No suporte online, a construção da história também se dá pelas interações com outras pessoas, que se misturam com o que escrevemos. Se não estamos online para ir construindo as histórias, um recurso importante da plataforma é desperdiçado.
MIRTA Não podemos esquecer que uma escola é uma escola. Isso significa que o grau de transformação das práticas sociais de referência na escola varia em função dos propósitos de ensino. Por isso, é indispensável mergulhar na prática e, depois, quando já se conhece a prática, o professor pode "parar" a ação para analisá-la. Nesse caso, tanto faz estar online ou não, porque é possível trabalhar com a análise de tuítes, sem produzi-los em tempo real.

É importante estudar modelos de microcontos antes de se começar o trabalho?
NATALIA Acho que é preciso estudar que características tornam um microconto bom. O Twitter oferece boas oportunidades para se estudar o gênero, sua história e ler contos curtos.
MIRTA Colocamos os alunos para produzir e, ao fazermos isso, ajudamos a turma a refletir sobre "como se faz", "por que", "sob quais condições", "quais são os efeitos" etc. Dessa forma, construímos modelos de produção e modelos de produtos. Não se trata apenas de mostrar e de explicar, mas de fazer (ler, escrever, responder, contra-argumentar) e refletir sobre o que se faz. Algo muito importante nesse contexto é fazer comparações: comparamos os tuítes com os relatos mínimos em papel preexistentes; a ironia no tuíte com a ironia em uma nota de jornal; a metáfora do tuíte com a da lírica. Porque o tema em questão não é somente o Twitter, mas a cultura escrita.



Modificar os textos é um ponto importante sobre a utilização do Twitter em sala? Como o professor pode lidar com essa questão no trabalho com microcontos?
NATALIA No Twitter é possível apagar um tuíte anterior, mas isso não é bem visto segundo as regras de etiqueta na rede ["netiqueta"]. Ele foi pensado para ser usado em tempo real, e a edição, a modificação ou a correção de textos é feita na vista de todos e fica documentada, tuíte por tuíte. Trata-se de uma plataforma que nos desnuda em nossa construção como escritores. Há quem a use com menos imediatismo e pense muito antes de escrever (editam os textos off-line ou passam muito tempo com a janela do Twitter aberta), outros que apagam os tuítes e outros que não se importam em desnudar a própria escrita para os outros. Se o objetivo é que sejamos conscientes da construção de um texto e de como o modificamos, o Twitter permite fazer isso interagindo com outras pessoas, mas em vez de o fazermos em uma lousa, utilizamos uma plataforma distinta. Se trabalharmos todos juntos construindo um microrrelato de 140 caracteres, podemos editar em conjunto.
MIRTA Ter um interlocutor que não é o professor e que comenta o tuíte, dizendo se entendeu ou não, se causou riso, se compreendeu o contrário do que o autor quis dizer, isso é uma grande vantagem pedagógica.

Nas redes sociais o autor tem uma grande liberdade. Como o professor orienta a produção de texto sem mudar essa prática social?
MIRTA A escola, em alguns momentos, tem que transformar certas condições de circulação e produção dos gêneros justamente para poder estudá-los. Mas, por que isso seria perder a liberdade de autor? Trata-se de uma orientação para que o autor-aluno tenha liberdade de expressar com precisão o que quer dizer.

Quanto à socialização do conteúdo, a publicação na internet basta ou o professor deve criar outras estratégias de divulgação, como a produção de murais na escola?
NATALIA É possível criar outras estratégias de divulgação. Mas, se um mural for criado na escola, é preciso deixar espaço para comentários ou interações, porque senão é como ter um livro na biblioteca com as cinco últimas páginas faltando: vai faltar algo construtivo, que faz com que ele não seja mais um livro.
MIRTA Vamos imaginar uma "semana de Twitter" sobre um assunto de interesse, como por exemplo, o uso do pátio no recreio, onde alunos, professores e funcionários intervêm. Nesse caso, algum grupo poderia tirar conclusões a respeito do assunto e publicá-las para toda a escola. Mas se a situação refere-se a um blog sobre os livros mais recomendados pelos alunos, dando outro exemplo, para que seria necessário publicá-lo em papel? Tudo depende da situação e do gênero trabalhado.

A maioria dos livros didáticos não traz informações sobre essas novas formas de produção de texto. Quais materiais de apoio teórico estão disponíveis para o professor?
NATALIA Os livros não precisam trazer informações sobre "o que é o Twitter", mas sobre o que podemos fazer com ele. Dois aspectos são importantes nesse caso: o técnico e o criativo. O técnico está no Google. Publicar um tuíte não é muito diferente de mandar uma mensagem de texto. Já o criativo pode estar em um livro que fale sobre como escrever um conto, como escrever histórias curtas, que aspectos precisam estar presentes em um texto para gerar mistério, tensão, ironia, poesia. O Twitter é uma plataforma que deve ser usada para se escrever textos com diferentes funções (informar, narrar, fazer rir, fazer pensar). Os novos discursos são construções, na maioria das vezes, baseadas em identidades prévias, das quais nos apropriamos e as modificamos para criar algo novo, mas nunca é completamente novo. Da mesma forma que uma carta e um email são duas variedades do gênero epistolar e um blog pode ser uma variação do gênero diário, da autobiografia ou até mesmo do ensaio, um tuíte é um microrrelato construído em uma nova plataforma, que permite outras possibilidades de interação.


domingo, 22 de maio de 2011

A polêmica do livro distribuído pelo MEC


Há algumas semanas vem se discutindo a respeito do livro didático o qual o MEC distribuiu em 4.236 escolas do país. Um capítulo do livro fala que numa variedade linguística popular é possível dizer   "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", ou seja, válida mesmo com erros de concordâncias. Isso gerou uma polêmica por parte de estudiosos, jornalistas e até linguístas que repudiaram o livro sem analisá-lo. 

As pessoas estão julgando o livro sem conhecer o que ele aborda, ou porque são ainda muito conservadores em relação à gramática tradicional. Se esses estudiosos levassem em consideração a linguística/sociolinguística perceberiam que um ensino como o livro está trazendo, integra os indivíduos e rompe com as barreiras sociais, uma vez que todos são falantes e por isso passíveis de "erro". O "erro" o qual falo é aquilo que falamos/escrevemos sem seguir a norma culta, determinada pela gramática.

Quando estudamos sociolinguística aprendemos que existem váriáveis linguísticas as quais permitem que o falante faça uso da língua conforme sua realidade social, não considerando como erro e sim como uma nova forma de dizer algo, sem que o sentido mude. 

A pessoa como falante sempre vai falar diferente de como escreve e isso não quer dizer que o falante seja iletrado. Aprendemos a língua portuguesa mediante o uso dela, não através de regras, certo que as regras servem para nos guiar e nos adequar a situações formais do uso da língua. Está aí a palavra correta, adequação!

O livro do MEC está corretíssimo ao afirmar que a maneira de falar/escrever deve seguir uma adequação mediante o contexto. Nesse sentido, destaco que nem só de normas cultas vive o homem, mas de novas formas de uso da língua, formando cidadãos que utilizem a língua de formas flexíveis, quebrando o tabu do que é escrever certo ou errado. Afinal o que conseguimos primeiro quando crianças é falar e não escrever. 

Tudo hoje é relativo!

Novas Tecnologias na Sala de aula

Em tempos hodiernos, as novas tecnologias tem tomado conta de várias instâncias, sobretudo a sala de aula, uma vez que todas as pessoas estão em constante contato com algum aparato tecnológico. Nesse sentido, é interessante se pensar em novas formas/metodologias de ensino-aprendizagem na sala de aula a partir do uso das novas tecnologias, sobretudo a Internet, de modo que a interatividade e o caráter sócio-cognitivo que as ferramentas possuem, juntamente com o aspecto colaborativo, possam permear  novas formas de aprendizado e sociabilidade, utilizando os aparatos de modo consciente e proveitoso.
Como exemplo, segue abaixo uma matéria sobre uma escola em Porto Alegre a qual utiliza o IPAD na sala de aula.

Os alunos de 3 a 6 anos matriculados na educação infantil do Colégio Israelita Brasileira, em Porto Alegre, são alfabetizados com ajuda dos tablets iPad. Cerca de 130 crianças têm aulas semanais com o aparelho.
As atividades são propostas de forma individual, em dupla ou em grupo de até quatro pessoas. O iPad foi escolhido pela instituição, segundo a coordenação, pela facilidade no manuseio e seleção das informações na tela através do sistema touch screen, pela diversidade de aplicativos e softwares disponíveis para uso pedagógico e pela tela multitoque, que facilita as trocas entre os alunos.

A coordenadora pedagógica de educação infantil do Israelita, Ana Margarida Chiavaro Machado, afirmou que o Projeto iPad na Sala de Aula está atrelado à proposta curricular da instituição de ensino. "Com brincadeiras, jogos e outros aplicativos atingimos todos os tipos de alunos. As crianças estão muito acostumadas com o touch, por isso há facilidade de aprendizagem."
Com os tablets as crianças aprendem a fazer o traçado dos números, têm atividades com as próprias fotos e nomes, entre outras.
Para Ana Margarida, ao mesmo tempo que o Ipad ajuda a alfabetizar favorece, entre outros fatores, a interação, curiosidade, trabalho em grupo, coordenação motora e trocas afetivas entre as crianças. O objetivo, segundo a coordenadora, é expandir o projeto para os alunos dos ensinos fundamental e médio.


quarta-feira, 18 de maio de 2011

Prova Brasil: entenda como é organizada a avaliação

(Nova Escola)
Este ano acontece a quarta edição do exame, saiba quais habilidades e competências serão cobradas dos alunos
No segundo semestre de 2011 acontece a quarta edição da Prova Brasil. A avaliação é realizada de dois em dois anos pelo Ministério da Educação (MEC) para medir os conhecimentos de Matemática e Língua Portuguesa dos alunos de 5º e 9º anos do Ensino Fundamental. A prova é aplicada a toda a rede pública urbana. Para escolas particulares e rurais, a avaliação é amostral - sendo aplicada apenas em algumas instituições.

A Prova Brasil foi criada com base nas propostas curriculares de alguns estados e municípios e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Uma comissão do MEC analisou o material e, dos pontos em comum, elaborou uma matriz de referência. Essa, por sua vez, não engloba todo o currículo escolar, e sim as habilidades e competências que precisam ser aferidas. Cada uma delas é sintetizada por um descritor.

Na prova de Matemática, são avaliadas as habilidades de resolver problemas em quatro temas: espaço e forma, números e operações, grandezas e medidas e tratamento da informação. Para o 5º ano, são 28 descritores e para o 9º ano, são 37 descritores.

A prova de Língua Portuguesa, por sua vez, avalia apenas habilidades de leitura, representadas por 15 descritores para o 5º ano e 21 descritores para o 9º. Eles estão agrupados em cinco blocos: procedimentos de leitura; implicação do suporte, do gênero e/ou do enunciador na compreensão do texto; relação entre textos; coerência e coesão no processamento do texto; relações entre recursos expressivos e efeitos de sentido e variação linguística.
Para ajudar no trabalho
Para ajudar os professores a conhecer melhor a Prova Brasil e saber como esses descritores são avaliados, o Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) montaram modelos de avaliação nos mesmos moldes da prova.
Confira nos links ao lado a análise de 96 itens semelhantes aos da Prova Brasil, com orientações didáticas para que os alunos se familiarizem com ela. Uma equipe de cinco consultores analisou cada um deles, descrevendo os possíveis caminhos que o aluno pode seguir para chegar à solução. Em seguida, estão relacionadas possibilidades de orientações para organizar atividades sobre os diversos temas em sala de aula.

Cleusa Capelossi, professora da Escola da Vila, em São Paulo, dá as dicas para a prova de Matemática do 5º ano. Beatriz Gouveia, coordenadora do programa Além das Letras, do Instituto Avisa Lá, e Kátia Brakling, professora do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, ambos em São Paulo, fazem o mesmo para as questões de Língua Portuguesa do 5º ano.

As perguntas de Matemática que serão resolvidas pelos jovens do 9º ano foram esmiuçadas por Luciana do Oliveira Gerzoschkowitz Moura, também professora da Escola da Vila, e Claudio Bazzoni, assessor de Língua Portuguesa da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo e selecionador do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10, analisou os itens do exame de Língua Portuguesa do 9º ano. Bom trabalho!

Pré-teste em todo o país
A Prova Brasil é formulada por especialistas de cada área com experiência em sala de aula. Eles fazem a classificação do grau de complexidade das questões com base nos raciocínios que os alunos podem utilizar. Antes de chegar à Prova Brasil, as perguntas passam por um pré-teste para saber como os alunos as resolvem. "Elas são aplicadas a uma grande amostragem de estudantes de todo o país", diz Condé. "Com isso, verificamos como um item é interpretado e resolvido e quais têm possibilidade de acerto por chute, ou seja, sem o conhecimento do conteúdo. Esses são eliminados do banco de questões."

É atribuída uma pontuação para cada questão, o que permite classificá-la numa escala numérica de zero a 500, que define as habilidades ou competências já construídas pelo estudante. Chega-se, então, ao último passo do processo, que é a escolha, entre as pré-testadas, das perguntas que irão compor a prova. No balanço geral, segundo Condé, cerca de 60% são classificadas num grau médio de complexidade. As demais se dividem entre fáceis e difíceis. Na elaboração do exame, também há a preocupação de começar pelas questões mais fáceis para não desestimular os alunos.

Como a nota é divulgada
O objetivo da Prova Brasil não é avaliar o aluno, e sim o sistema. Por isso, o resultado é divulgado por escola e pode ser consultado no site provabrasil.inep.gov.br. Também não é uma nota de 0 a 10, como em provas comuns. Ela é uma média e mostra em que ponto da escala de 0 a 500 os alunos de determinada instituição estão nas duas disciplinas. Essa posição indica as habilidades já conquistadas, as que ainda estão em construção e as que necessitam de retomada para que sejam desenvolvidas. Esse dado permite à escola comparar o desempenho dos estudantes com a média do município, do estado e do Brasil. As que já participaram das outras edições podem avaliar em que pontos houve avanço em relação às notas anteriores e em quais disciplinas é preciso investir e planejar e formação de professores. Finalmente, cabe o questionamento: como a escola está em relação às metas traçadas para o ano? "Analisando o desempenho dos alunos na Prova Brasil, os professores verificam em que momento da construção do conhecimento os alunos estão e o que precisa ser reforçado em sala de aula para que eles continuem avançando", observa Condé.

PNE 2011-2020: uma nova chance para velhas necessidades

Decidir quem paga a conta e o que fazer com quem não cumprir as metas é condição para tirar do papel o Plano Nacional de Educação (PNE)
Ivan Paganotti e Rodrigo Ratier (novaescola@atleitor.com.br)

A hipótese otimista promete impulsionar o país rumo a outro patamar de desenvolvimento. Se cumprido integralmente, o novo Plano Nacional de Educação (PNE) pode, em dez anos, universalizar a Educação Básica para crianças e jovens de 4 a 17 anos e alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade (mais 17 milhões de jovens e adultos). A alternativa pessimista... Bem, essa é velha conhecida. Se o plano não sair do papel, vai se somar aos inúmeros projetos que enfeitam prateleiras com sonhos nunca concretizados.

Não é a primeira vez que o governo federal tenta formular um guia para as políticas públicas em Educação. A primeira bússola sugerida foi a versão anterior do PNE, que vigorou de 2001 a 2010. Produzida no fim do segundo mandato do presidente Fernando Henrique Cardoso, apresentava 295 metas e um diagnóstico complexo do setor. Não deu certo por várias razões. A quantidade de objetivos contou contra, diluindo as demandas e tirando o foco do essencial. Segundo, muitas da metas não eram mensuráveis, o que dificultou seu acompanhamento. Também faltaram regras com punições para quem não cumprisse as determinações. Finalmente - e, talvez, o mais importante: um dos artigos do plano foi vetado pela presidência. Era a proposta de aumentar a parcela do Produto Interno Bruto (PIB) investida em Educação de 4 para 7%. Sem dizer de onde viria o dinheiro, o PNE de 2001 virou letra morta antes de nascer.

A nova edição parece ter ganho com os erros do passado. Centrado nas demandas da Conferência Nacional de Educação (Conae) do ano passado, o Ministério da Educação (MEC) preparou um plano que começa agora a ser debatido pelo Congresso, aguardando a aprovação dos parlamentares. Sucinto, o documento tem 20 metas, a grande maioria quantificável por estatísticas. Além das citadas no início deste texto, outras seis dizem respeito à Educação Infantil e ao Ensino Fundamental: universalizar o atendimento aos estudantes com deficiência, oferecer ensino em tempo integral em 50% da rede pública, atingir média 6 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) nas séries iniciais e 5,5 nas finais, oferecer 25% das matrículas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) integradas à Educação profissional nas séries finais, atender 50% das crianças de até 3 anos e erradicar o analfabetismo - as duas últimas, reedições do PNE de 2001, o que dá uma medida do fracasso da antiga versão.

À la claire fontaine

OS IMPACTOS DO IDEB NOS ANOS FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Resumo

Com o objetivo de investigar como a implantação do IDEB vem interferindo na organização da escola e na organização do trabalho escolar nos últimos anos do Ensino Fundamental no município de Campina Grande-PB, o presente texto vem ampliar as discussões em torno da divulgação do IDEB. Parte do pressuposto de que essa política modifica a dinâmica escolar e o trabalho docente na educação básica à medida que acaba levando os profissionais da educação a ajustarem as atividades da escola ao conteúdo cobrado nessas provas estandardizadas, a fim de, elevarem os índices. Para tanto, esse estudo examina artigos acadêmicos que refletem acerca dessa temática, assim como a Legislação Federal que trata da avaliação do sistema educacional e da qualidade da educação básica e notas do IDEB nos anos finais do Ensino Fundamental de Campina Grande. Além disso, fundamenta-se na análise das entrevistas realizadas com membros da equipe pedagógica e com professores de Língua Portuguesa e Matemática que atuam nas escolas que obtiveram no ano de 2005, respectivamente, o maior e o menor IDEB anos finais do Ensino Fundamental em Campina Grande-PB. O presente estudo, além de confirmar a hipótese, constatou que os profissionais da educação, apesar de incorporarem a lógica do IDEB no interior das escolas, não conseguem perceber os impactos desse índice na organização escolar e em seu trabalho.

Palavras-chave: IDEB. Organização escolar. Trabalho docente.

Elaine Reis

O PAPEL DA MONITORIA NA CONSTRUÇÃO DO PROCESSO DE ENSINO/ APRENDIZAGEM DA DOCÊNCIA

RESUMO

Inúmeras expectativas envolvem os monitores, sobretudo os que exercem essa atividade pela primeira vez. Questionamentos como se terá uma boa aceitação por parte da turma, se irá corresponder às expectativas da professora responsável pela disciplina ou mesmo se conseguirá desenvolver um bom trabalho de orientação junto dos graduandos perpassam os anseios dos monitores iniciantes. Tendo em vista que, a cada dia, a monitoria tem chamado a atenção de um número maior de graduandos, este trabalho tem como objetivo socializar as experiências vividas junto à atividade de monitoria, refletindo sobre sua contribuição para com a aprendizagem dos graduandos que cursam as disciplinas e para os monitores no que diz respeito à construção do conhecimento relacionado ao trabalho docente em nível do Ensino Superior. Logo, o estudo apresenta um panorama geral da monitoria realizada junto à disciplina: Prática de leitura e produção de textos II(PLPT II), oferecida pelo curso de Letras da Universidade Federal de Campina Grande, no período 2010.1, noturno que, normalmente, é ofertada no 2° período, atendendo apenas ao curso de Letras. Conclui-se que, através dessa atividade, o monitor tem a oportunidade de experimentar uma maneira diferenciada de aprender e interagir com o professor da Academia, com os colegas da graduação e com a própria disciplina.

Palavras-chave: Monitoria. Processo de ensino/aprendizagem. Docência

Elaine Reis